Cerimonial e Hino Nacional Brasileiro

Embaixador Jerjes Justiniano Talavera - Embaixada do Estado Plurinacional da Bolivia, General de Exército Carlos Bolivar Goellner - Comandante do Comando Militar Sul, Heitor José Muller - Presidente da FIERGS, Joal Teitelbaum - Presidente do CRIAS, Secretário de Estado Mauro Knijnik - Representando o Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Embaixador Carlos Daniel Amorin - Embaixada do Uruguai em Brasilia, Humberto Molina - Assessor da Secretaria Geral da UNASUL

PARA OUVIR

 

Palavras do Presidente do CRIAS


Palavras do Presidente do CRIAS, empresário Joal Teitelbaum

Saudação às autoridades e votos de boas vindas

Para que não paire qualquer expectativa de pessimismo, esclarecemos que teremos na formulação desta tese um cenário embasado nos indicadores referendados pelos mais conceituados organismos. Destes indicadores, cartesianamente, demonstraremos que a tese é pragmaticamente, otimista.
A afirmação:
É preciso revigorar o sistema endovenoso da América do Sul!
A capacidade competitiva da região é reduzida, pois sua infraestrutura física tem carências. A energia disponibilizada pode entrar em colapso se a produção crescer, as comunicações carecem de regularidade, a logística é por demais dispendiosa e a gestão e governança não apresentam o nível de qualidade capaz de conduzir à sustentabilidade.
Este cenário é antigo.
Todos os estudos desenvolvidos por organismos internacionalmente reconhecidos demonstram que os investimentos em infraestrutura, saneamento, energia, comunicações e na própria gestão, que deveriam se situar acima de 5,4% do PIB da região, não alcançam 2,5%.
O que acontece?
A economia não cresce na porcentagem e velocidade necessárias e esbarra-se em índices não satisfatórios de educação, saúde e qualidade de vida.
Surge então no caminho da América do Sul o círculo vicioso.
Sem infraestrutura física não há desenvolvimento econômico, sem este não surgem recursos, sem recursos os indicadores em qualidade de vida, educação e saúde permanecem aquém do mínimo desejado.
Acreditamos que este tema é uma constante negativa que ouvimos com tanta freqüência que possa parecer impossível superá-la.
Mas não é!
Vamos fazer uma pausa para relatar uma breve história.
Certa feita perguntaram a um mestre em logística se seria possível, com obras de infraestrutura, transformar a Bélgica em um país com total acesso ao mar em seu contorno físico e a Inglaterra em um entroncamento europeu rodo-ferroviário.
Não entendo que finalidade prática teria aquele projeto além de um investimento desproposital, o mestre respondeu. Disse também que havia uma solução muito mais simples e rápida:
Dirigiu-se aos interlocutores com uma pergunta: os senhores não consideram muito mais fácil e rápido trocar o nome dos dois países?
A sub-região Sul-americana não conquistará o estado de graça em economia sustentável sem investimentos em infraestrutura física, em energia, em comunicações, produzindo uma logística científica e embasado nos fundamentos de uma gestão e governança com os critérios da qualidade.
O CRIAS acredita e está convicto que o potencial técnico produzido nestas quase duas décadas contemplou as prioridades elencadas pelos doze países.
O CRIAS acredita que projetos sustentáveis serão contemplados com os recursos financeiros com a estruturação do fundo garantidor.
O CRIAS acredita que a competitividade da América do Sul encontra na ausência de infraestrutura física a maior barreira e que o fundo garantidor deva se tornar a alavanca de superação de tais carências.
O CRIAS acredita que não faltam aos países sul-americanos os recursos naturais e humanos para superar as carências que impedem melhores indicadores para educação, saúde e qualidade de vida.
O CRIAS acredita que é chegado o tempo dos países da região passarem a se dedicar a construir uma verdadeira convergência e em forma congruente através de seus pontos em comum.
O CRIAS acredita que os pontos em comum devem prevalecer, sempre, sobre divergências.
O CRIAS acredita que os pontos em comum são o fator mais relevante para a formatação de um modelo sustentável para a América do Sul.
O CRIAS acredita que os doze países convergiram em magno acerto ao estabelecer o conselho Sul-americano de Infraestrutura e Planejamento, COSIPLAN, incorporando o acervo da IIRSA, lançando os fundamentos de uma estrutura operacional da maior valia para uma gestão qualificada e direcionada ao desenvolvimento sustentável.
O CRIAS acredita, também com convicção, que a ausência de uma sinergia proativa com o setor privado no desenvolviento dos estudos e projetos a cargo do COSIPLAN é uma lacuna a ser preenchida, pois tal ausência será fator impeditivo de construir uma gestão e governança capazes de quebrar paradigmas que travam a concretização da meta de duplicar as aplicações em infraestrutura física, energia e comunicações.
Por que acreditamos nestas afirmações?
Acreditamos nestas afirmações, pois os indicadores disponibilizados por organismos oficiais da maior respeitabilidade dão uma radiografia exata dos gargalos de todos os países da América do Sul nos Modais Aeroviário, de Comunicações, de Energia, Ferroviário, Hidroviário/Portuário e Rodoviário.
Com estes indicadores, um processo de qualidade em gestão e governança com a participação do setor privado poderá ser estruturado no COSIPLAN.
Este processo será embasado nos pontos em comum, no fundo garantidor e na gestão e governança.
Os gurus mundiais da qualidade ensinam que na intuição se pode até acertar. Mas se ocorrem equívocos e estes conduzem a erros, em um método intuitivo não há como corrigir.
É por isto que o CRIAS acredita em processos de gestão e neste processo de integração, a ação protagônica do setor privado é para o CRIAS, fator crítico de sucesso.
Senhoras e Senhores. É este modelo do Congresso das Rotas de Integração da América do Sul que acreditamos deva ser construído através de uma agenda proativa entre os governos Sul-americanos com a participação do setor privado, com a égide do COSIPLAN.
Esta é a nossa visão no atual cenário da integração da América do Sul.
Sabe-se que visão é a capacidade do ser humano de transformar um sonho em realidade sustentável.
A realidade da América do Sul passa por um único elo. O elo da sustentabilidade.
Este é o elo da sustentabilidade amalgamado em nossos pontos em comum, no fundo garantidor para a infraestrutura e na gestão qualificada com ação participativa do setor privado.
Vamos repetir: o fundo garantidor, perseverar nos pontos em comum e gestão qualificada com ação participativa do setor privado é o elo que precisa ser resgatado.
Este elo é o que ligará os sonhos do presente ao cenário do futuro e que nestas palavras procurou-se apresentar como o estado de graça do desenvolvimento econômico e social da América do Sul.
O CRIAS acredita, com convicção no aqui exposto. Não há sustentabilidade em projetos de universidades sem alunos, de fábricas e organismos sem equipamentos e pessoas ou de fenômenos físicos sem observadores.
Como tudo na vida, com o predicado humano do discernimento, a solução está em cada um de nós.
Esta sólida ponte que o CRIAS construiu entre representações dos governos, entidades de fomento, instituições nacionais do setor privado, academia e organismos internacionais e que se materializa com o nível de representatividade neste IX Congresso é um exemplo vencedor.
Eis, pois, a tese que pretendemos ter demonstrado:
Uma sinergia proativa dos organismos técnicos dos governos com o setor privado em âmbito do COSIPLAN irá estruturar o processo amplo da integração sustentável. Para tal utilizando os fundamentos obtidos com o fundo garantidor, com nossos pontos em comum e a indispensável Gestão e Governança.
Muito obrigado.
Plenário Mercosul, FIERGS, 03 de outubro de 2013.

PARA OUVIR: Discurso Presidente do CRIAS.

 

Palavras do Secretário de Estado Mauro Knijnik

Secretário de Estado Mauro Knijnik
Representante do Governador do Estado do Rio Grande do Sul
PARA OUVIR: Palavras do Secretário de Estado.

Palestra do Presidente da FIERGS

Presidente da FIERGS, empresário Heitor José Müller

Heitor José Müller é Presidente da Federação e do Centro de Indústrias do Rio Grande do Sul, FIERGS/CIERGS, desde 2011, administrando também o Sesi, Senai e o IEL-RS. É diplomado em Ciências Contábeis e Direito. Sua biografia se caracteriza por suas atuações no setor da Avicultura tendo exercido a Presidência e ou Vice-Presidencia da UBA, ABEF, ASGAV. Em sua trajetória participou da fundação de associações e entidades sindicais patronais. Além da avicultura, tem se destacado na área de biotecnologia/genética avícola(Agrogen S.A.) e em fundição e usinagem (Fundimisa). Por ato da presidente Dilma Roussef foi designado em 2012 para integrar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, CDES.

PARA OUVIR: Palestra do Presidente da FIERGS

Palestra Magna do presidente da FIERGS, Heitor José Müller, no IX Congresso Internacional das Rotas de Integração da América do Sul. Sede da FIERGS, 3 de outubro de 2013.

Este Congresso se realiza pela nona vez
O número de edições indica o êxito do evento
Em nome do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e em nome da FIERGS, cumprimento os seus idealizadores

Faço um registro de reconhecimento ao trabalho e perseverança de Joal Teitelbaum
A integração regional é sempre um longo caminho
Mas houve quem deu o primeiro passo há nove anos
E temos orgulho de apoiar o Comitê das Rotas de Integração desde o início

A integração Regional se dá em vários níveis:
- Cultural - Econômico
- Comercial e - Físico
O Comitê das Rotas de Integração tem seu foco na integração física
E isto significa um olhar específico na infraestrutura e logística

Não há país competitivo sem infraestrutura
Certamente os PIBs dos países da América do Sul seriam bem maiores se não existissem as amarras da falta de infraestrutura
E a integração econômica e comercial poderia ser mais efetiva ao colocar os investimentos no contexto da América
do Sul

Nessa visão maior, temos o “G 12 “, não no sentido religioso, mas econômico : o Grupo dos 12 países da América do Sul
Essa identidade territorial nos fortalece para ações em grupo
E esse é o conceito adotado pelo Comitê das Rotas de Integração

Em agosto, foi realizada a VII reunião da Unasul, no Suriname
A carta de conclusões do encontro trouxe dois itens de relevância para o tema deste evento :
- no item 9, letra “d”, pontua a importância do fortalecimento da infraestrutura física entre os países ;
- no item 19, cita a necessidade de ter uma visão estratégica e comum na área da energia.

Neste século XXI, além dos itens citados, devemos agregar outros, como as conexões eletrônicas
A revolução da internet precisa estar inserida em qualquer estudo que se faça sobre a integração do “G 12”

Claro que o comércio eletrônico
- o “e-commerce” -
majoritariamente termina com a entrega de um produto
Esse produto precisa de uma logística de matérias-primas e de energia para ser produzido
Necessita de uma rede de comunicação eficiente para ser vendido

Por fim, precisa de vias de transporte para ser entregue
A integração de todos esses fatores se faz imprescindível
Uma integração que começa na “nuvem” da internet, mas se viabiliza no continente físico
Um dos problemas é o custo da logística, que na América do Sul, em alguns casos, chega a ser o triplo da China

Outra questão é a participação da iniciativa privada nas discussões e definições
Hoje no Brasil as Federações de Indústrias estão se reunindo por Regiões e patrocinando com a CNI estudos de integração de transportes de cargas
Junto com Santa Catarina e Paraná, fizemos o projeto “Sul Competitivo”
É um mapa de necessidades e prioridades quantificando os investimentos

Sul Competitivo =
177 projetos entre rodovias, ferrovias, portos e aeroportos
R$70,3 bilhões de investimentos (2012)
51 projetos prioritários
R$15,2 bilhões de investimentos

Existem iniciativas regionais no Brasil que podem e devem ser utilizadas nos estudos da integração

Sabemos também da ideia do CRIAS de um Fundo garantidor para as obras

Mas como superar as assimetrias ?

Como caminhar todos juntos ?

Inspirados no Papa Francisco, originário da América do Sul, e no simbolismo do “G 12”, precisamos trabalhar em torno do significado de uma palavra que é:

ENTENDIMENTO

Os governos passam, os empresários permanecem
Por isto é requisito a participação privada

A exemplo deste Congresso, devemos unir ideias e formatar alianças, sempre com as representações empresariais

A mensagem que deixo ao concluir, é apenas uma :

Integração se faz com entendimento e decisões políticas, mas na prática quem a viabiliza são os empreendedores.

Anexo =

Relatório anual de Competitividade do World Economic Forum :
- de 2012 para 2013, o Brasil caiu da 48ª para a 56ª posição no ranking de 148 nações pesquisadas
- três causas apontadas na pesquisa = ambiente hostil aos negócios, a piora das expectativas em relação à economia nacional, e falta de infraestrutura básica

Como ser competitivo se um trabalhador perde 3 horas por dia em deslocamento da casa ao local de trabalho ?

Temos empresas competitivas, mas é preciso competitividade além dos portões das fábricas

No Brasil, o custo de logística é avaliado entre 15 e 17%, chegando a 18% no RGS.


PARA OUVIR: Palavras do Cerimonial