20.07.10

Matemática ou má temática?

Joal Teitelbaum
Engenheiro, presidente das Rotas de Integração da América do Sul
Jornal do Comércio, 20 de julho de 2010.

Em dias desta semana falando com bom amigo, um dos peritos de maior renome, ele lembrou-me da dualidade do título.

Vivenciamos um período da história da humanidade em que significativo número de formadores de opinião, em todos os campos, ligam a máquina do “falatório” antes da máquina do “pensatório” e são capazes de convencer aos incautos de uma falsidade algébrica bem conhecida em matemática, a de que dois é igual a um.

Penso que o raciocínio a seguir merece, ao menos, uma reflexão.

Os números e os indicadores demonstram, e aí está a matemática, as carências que temos que superar em educação, saúde e infraestrutura.

Educação e saúde possuem capacitadas áreas em nosso País que bem conhecem os processos e fundamentos de gestão, na área pública e privada para construírem e bem realizarem esses objetivos.

Uma contribuição para o processo foi dita há séculos, por Pitágoras, sim, aquele do teorema: “Devemos educar as crianças para não termos que punir os adultos”. No tema da infraestrutura está comprovado desde o tempo dos romanos que ela é uma das colunas mestras do desenvolvimento harmônico.

O sucesso de países nas últimas décadas se explica pela construção de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, navegação interior, mobilidade urbana, logística racional, saneamento básico, habitação, geração de energia e comunicações, que são os componentes, mais do que nunca, neste século XXI, da sustentabilidade.

Vamos falar agora da “má temática”. Como ponto futuro a Copa 2014 é um componente do cenário, é a árvore. Mas não é a floresta.

A infraestrutura física e a gestão da mesma no Brasil sobrepassa qualquer tipo de evento, quer seja esportivo ou de que ordem seja.

Um País que quer e vai se transformar em uma nação, não pode focar seu desenvolvimento físico porque em 2014 e 2016 teremos eventos esportivos de caráter mundial.

Os estádios e obras periféricas em algumas cidades por si só não serão suficientes para alavancar o planejamento integrado da nossa infraestrutura física, de energia e de comunicações.

A competitividade mundial do Brasil passa, se consolida e se propaga por bem construir um planejamento estratégico integrado dos meios de transportes e das fontes de energia.

Esta, sim, é a matemática da boa temática.